sábado, 24 de julho de 2010

Reflexões Cotidianas: o que está acontecendo com o romantismo?

Esta semana eu saí com a minha mãe. Ela tinha ido me buscar na aula de dança e no meio do caminho resolvemos parar num barzinho perto de casa para tomar uma cerveja à toa. Pedimos uma porção e as cervejas e ficamos lá curtindo o som ao vivo com ótimo repertório.
Depois de algum tempo, como éramos as únicas a apreciar aquele repertório (que era MPB, basicamente), o músico começou a tocar algumas músicas mais populares, a ponto de chegar a algumas que eu sequer tinha escutado, mas me pareceu sertanejo. Com isso, uma mesa repleta de homens atrás de nós começou a se animar. Eram todos homens adultos, alguns com 30, outros com 40 anos, imagino eu... E um deles sentou estratégicamente perto de mim. Eu fiquei ali na minha, pensando onde ele iria chegar, mas como ele ficou quieto, eu não fiz nada.
Algum tempo depois, ele perguntou meu nome. Depois de três palavras já estava me chamando para ir para o lado de fora do bar pra "conversar melhor" (nós mulheres sabemos bem o que issoi significa...), mas eu prontamente disse que estava tranquila, com a minha mãe e que tinha um namorado que estava fora da cidade. É engraçado que quando eu falo que namoro há dois anos e meio eles já percebem que é sério e normalmente não tentam o truque do "mas ele não está aqui, ninguém vai contar pra ele", etc etc...
Enfim, ficamos conversando por muito tempo. Ele me contou que era do interior, perguntou um milhão de coisas sobre mim que eu respondi somente o necessário para ser cordial (hoje em dia né, tem que tomar cuidado) e foi super educado e respeitoso. Como ele aparentemente tinha entendido que tudo o que ele iria conseguir de mim seria uma longa conversa, eu não me encomodei de prolongar o papo, já que não estava correndo nenhum tipo de risco (mesmo porque mamãe estava ao lado, haha) e o moço era bonzinho.
Quando eu saio com o meu namorado e passa algum vendedor de flores, eu fico intimamente torcendo pra ele resolver me dar uma flor. É claro que é só um gesto, mas pras mulheres principalmente um gesto simples destes pode dizer muita coisa. Me lembro claramente de um dia que saímos juntos, quando ainda nem namorávamos, e quando estávamos no carro ele segurou na minha mão. Aquilo me passou uma sensação de confiança e de união tão grande que não esqueço até hoje! Mas, voltando à história, lá estava eu no bar conversando com o rapaz do interior quando passou um senhor vendendo flores. Ora, quando eu iria imaginar que um rapaz que acabou de me conhecer e que tinha entendido que só teria uma conversa me daria uma rosa com trufa? Acontece que ele comprou a tal rosa e aqui estou eu, olhando pra ela já meio murcha.
É engraçado como as coisas são. Flores ainda são um grande símbolo romântico, mas ao mesmo tempo está caindo na banalidade! São poucas as mulheres que ainda ficam emocionadas ao receber flores - muitas prefeririam ganhar uma jóia ou um sapato caro - e poucos os homens que entendem o significado disso.
Se um cara que me conhece num boteco pode me comprar uma rosa, onde foi parar o verdadeiro romantismo? Acontece que agora ser romântico é brega. Fazer declarações de amor é cafona. É claro que eu não estou me referindo àqueles carros de mensagem que chegam fazendo um escândalo na rua com uma pessoa falando no microfone e milhões de bexigas de coração saltando do porta-malas, mas das pequenas declarações cotidianas. Escrever uma carta, deixar um bilhete, fazer um elogio. Acho que infelizmente até hoje os homens não entenderam que certas atitudes significam muito mais para as mulheres do que eles pensam ao fazê-las.
Então, para onde vai o romantismo? Se as flores estão banalizadas, o "eu te amo" pode ser dito para qualquer um e escrever carta é coisa de "gay" (desculpem pelo termo pejorativo!), como ser romântico hoje em dia? Mandando uma mensagem pelo twitter? É, acho que estamos precisando rever nossos conceitos...


PS.: Sim, o texto é totalmente generalizador e eu SEI que nem todo mundo é assim, mas considerem um comentário sobre aqueles que são assim!

7 comentários:

  1. Realmente ne! O romantismo, como uma penca de outras coisas, está completamente banalizado... uma pena!
    Nossa, vc tem um blog! E eu que achei que as pessoas não tinham mais blog e que a Internet era movida a twitter agora!

    ResponderExcluir
  2. a.do.rei
    Esse negócio de estar com o namorado e torcer pra que ele compre flores é batata uhahuahua

    ResponderExcluir
  3. Nosso lindo Pensamento, mais como disse "Sim, o texto é totalmente generalizador e eu SEI que nem todo mundo é assim" rsrsrs... As pessoas tem um serio problema que o assunto é romantismo, muitos tem medo de dizer o que realmente pensão, sobre a pessoa que está ali do seu lado todo o dia, outras não querem se machucar pois, dói dor de amor...outras porque não tivera tal experiência para saber o que se trata. Hoje é mais fácil de conquistar uma pessoa comprando uma linda jóia ou sapatos. Porém a mulher que se apaixona por isso mostra que seu coração pode ser comprado ao invés de ser conquistado com uma mera rosa ou doses palavras.

    ResponderExcluir
  4. Nossa Flora, é isso que eu fiquei pensando depois que eu escrevi meu post sobre apaixonar-se, que nem todos são assim, mas é tão raro vermos uma amor a base dos elogios e pequenos agrados diarios que quando eles acontecem é emocionante. Muito bom bonitinha!

    ResponderExcluir
  5. Ah, é verdade, esqueci de falar, esse post foi TOTALMENTE motivado pelo post da Lê (a Letz que comentou), VISITEM O BLOG DELA! ;)

    ResponderExcluir
  6. Flora,
    eu sou do tempo que o namorado nem comprava rosas, ele 'roubava' dos jardins da praça e colocava de noite na minha janela... é, tinham rosas nas praças!!
    eu sou do tempo que namorado escrevia bilhetinhos apaixonados e mandava por uma amiga.
    eu sou do tempo que para segurar na mão, dar o primeiro beijo precisava de um bom tempo de namoro.
    e continuo romântica porque em tudo posso ver romance, mesmo sendo quase uma sexagenária...ui
    mas eu me lembro de uma conversa que ouvi da tia Mina com a Juliana há muito tempo, elas estavam sentadas no jardim de casa e a tia disse que ela tinha mais de 80 anos (hoje da danada tem 94 e está do mesmo jeito), e mesmo com todos esses anos ela sentia que dentro dela, na cabeça dela, era a mesma menina de 16 anos.
    é, a gente cresce, a vida vai passando, são tantos acontecimentos, trabalhos, casamentos (no meus caso, né?rs), filhos... mas lá no fundo somos as meninas de 16 anos para sempre, vc verá, pois vc é assim como eu, vai se lembrar da tia quando estiver com a minha idade.
    é muito gostoso ler vc
    beijo

    ResponderExcluir
  7. eu dou flores :x
    e eu escrevo cartas, das que enviam por correio mesmo. e sim, me chamam de brega :/

    ResponderExcluir